3ª Semana de Oração

19 a 25 de Outubro

Saudação do Presidente

Com a morte da esposa, em 1387, Nuno recusa contrair novas núpcias, tornando-se um modelo de vida. Quando finalmente se alcança a paz, distribui grande parte dos seus bens entre os companheiros, antigos combatentes e acaba por se desfazer totalmente daqueles bens em 1423, momento em que decide entrar no convento carmelita por ele fundado, tomando então o nome de frei Nuno de Santa Maria. Impedido pelo Amor, abandona as armas e o poder para revestir-se da armadura do Espírito recomendada pela Regra do Carmo: era a opção por uma mudança radical de vida que selava o percurso da fé autêntica que sempre o tinha norteado. Embora tivesse preferido retirar-se para uma longínqua comunidade de Portugal, o filho do rei, D. Duarte, de tal o impediu. Mas ninguém pôde proibir-lhe que se dedicasse a pedir esmola em favor do convento e, sobretudo, dos pobres, aos quais continuou sempre a assistir e a servir. Em favor dos pobres organiza a distribuição quotidiana de alimentos, nunca voltando as costas a um pedido. O Condestável do rei de Portugal, o Comandante supremos do exercito e seu guia vitorioso, o fundador e benfeitor da comunidade carmelita, ao entrar no convento recusa todos os privilégios e assume como própria a condição mais humilde, a de frade Donato, dedicando-se totalmente ao serviço do Senhor, de Maria – a sua terna Padroeira que sempre venerou – e pobres, nos quais reconhece o rosto de Jesus.


Biografia de S. Nuno de Santa Maria (1360-1431)


1. Introdução

“ Sabei que o Senhor fez maravilhas pelo seu amigo e há-de escutar-me quando o invocar “ (Sl 4,4)
S. Nuno de S.ta Maria é exemplo do sentido cristão de partilha. Após a consolidação da independência de Portugal, abriram-se novas rotas que haviam de propiciar a chegada do Evangelho de Cristo até aos confins da terra. S. Nuno sente-se instrumento deste desígnio superior e coloca-se ao serviço do testemunho que cada cristão é chamado a dar no mundo, sem nunca esquecer uma imensa vida de oração e absoluta confiança no auxílio divino. Assim, concilia, na sua vida, a missão como testemunho de Cristo e do Evangelho, abrindo portas para a missão além fronteiras, com o testemunho diário do que é viver segundo o Evangelho.

2. Escutar a Palavra

Evangelho: Carta de São Paulo aos Efésios ( Ef 4, 1-16)

“ Eu, o prisioneiro no Senhor, exorto-vos, pois, a que procedais de um modo digno do chamamento que recebeis; com toda a humildade e mansidão, com paciência: suportando-vos uns aos outros no amor, esforçando-vos por manter a unidade do Espírito, mediante o vinculo da paz. Há um só Corpo e um só Espírito, assim como a vossa vocação vos chamou a uma só esperança; um só Senhor, uma só fé um só baptismo, um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por todos e permanece em todos.
Mas, a cada um de nós foi dada a graça, segundo a medida do dom de Cristo. Por isso se diz: ao subir as alturas, levou cativos em cativeiro, deu dádivas aos homens. Ora, este “subiu” que quer dizer, senão que também desceu às regiões inferiores da terra? Aquele que desceu é precisamente o mesmo que subiu acima de todos os céus, a fim de encher o universo. E foi Ele que a alguns constituiu como Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres, em ordem a preparar os santos para uma actividade de serviço, para a construção do corpo de Cristo, até que cheguemos todos á unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao homem adulto , á medida completa da plenitude de Cristo. Assim, deixaremos de ser crianças, batidos pelas ondas e levados por qualquer vento da doutrina, ao sabor do jogo dos homens, da astúcia que maliciosamente leva ao erro; antes, testemunhando a verdade no amor, cresceremos em tudo para aquele que é a cabeça, Cristo.
É a partir dele que o Corpo inteiro, bem ajustado e unido, por meio de toda a espécie de articulações que o sustentam, segundo uma força à medida de cada uma das partes, realiza o seu crescimento como Corpo, para se constituir a si próprio no amor.


Reflexão

O texto da Carta aos Efésios mostra-nos diferentes vertentes da partilha: partilha dos dons do Espírito Santo, partilha de bens materiais, partilha de conhecimento de modo que todos sejamos um em Jesus Cristo, porque sendo Ela a Cabeça, cada um de nós é chamado a se membro, e um membro activo na verdade do Amor. O texto interpela-nos também com a partilha sob a forma de caridade: Trabalhar não para “consumo próprio” mas para repartir com os que mais necessitam.


3. A Palavra gera Oração

A palavra de Deus é ela própria oração.
Deixemos que ela entre e toque o nosso coração.
De que modo vivemos estes dois sentidos de partilha na nossa vida?
Como é que a palavra de Deus orienta os nossos gestos de caridade e de anuncio do Evangelho?
De que modo tudo isto poderá fazer sentido numa altura em que somos constantemente “bombardeados” com noticias negativas de uma crise económica e social profunda?

(deixemo-nos envolver por um momento de silêncio)

Rezemos juntos com Santo Inácio, para que ele nos ajude a entrar na escola da partilha da fé, dos bens materiais….da própria vida:

Tomai, Senhor e recebei
Toda a minha liberdade
A minha memoria
O meu entendimento
E toda a minha vontade
Tudo o que tenho e possuo
Vós mo destes
Tudo é vosso
Disponde de tudo
Á vossa inteira vontade
Dai-me o vosso amor e graça
Que esta me basta.

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