Retirei-me do mundo!...


Um retiro é sempre um momento em que nos colocamos à vontade com Deus e connosco próprios. Assim, começámos por nos descalçar... Ou melhor, fomos descalçados por Deus, para que pudessemos estar mais à vontade. E assim, no silêncio da noite “sintonizámos o nosso rádio, o nosso mundo interior e diminuimos as interferências, os ruidos”.
Na primeira noite fomos desafiados a dizer EU CREIO. E com isto a acender a luz da nossa fé, que se manteria acesa de cada vez que nos encontrássemos com Ele na nossa capela.
Por entre leituras e orações fomos percebendo o que é isto... de crer! Mas será que conseguimos compreender na totalidade? Para mim significa confiar de olhos fechados, tal como iniciámos o nosso retiro. Porque o caminho só nos pode levar a pessoas e lugares cada vez mais brilhantes. E isto não é ser optimista.  Pois a nossa confiança reside em Deus e não na sorte ou no azar. Isto é CRER!

Sábado de manhã dissémos EU ADORO. E acabei por  descobrir que afinal não adorava tantas coisas como pensava... Eu gostava de muita coisa, mas adorar só a Deus.  Porque adorar envolve não só louvar, saber agradecer, mas também deixar-me completamente “gravado na palma da mão de Deus” para que por meio de mim Ele possa fazer o melhor nos que me rodeia. Neste adorar há então um confronto com a minha pequenez perante este Deus que é tão grande, mas ao mesmo tempo tão próximo! Uma coisa engraçada que aqui deixo é a minha resposta à questão de como desenhariamos Deus: pois bem eu desenhei uma mancha enorme... Porquê? Porque para mim é algo que não consigo definir. E como nos disse o nosso Papa: por mais que O tentemos definir ele é sempre muito mais. E eu concordo plenamente ;)
Sábado de tarde experimentámos a ESPERA! E o que significa esperar, ter esperança e ser esperança. Consegui perceber algo que já sabia, mas sobre a qual nunca tinha pensado J Quem luta é porque tem esperança. E quem abandonou a luta é porque já perdeu, mas antes de tudo, perdeu a esperança. Percebi que se alguém não é capaz de acender a luz da sua fé, não é acendendo a sua vela que realmente a estou ajudar... o que devo fazer é ajudá-la a acendê-la. Por fim, para sermos esperanças temos que a ter, mas temos que juntar tudo o que até agora já tinhamos entendido... Que crer e adorar a Deus, e o único caminho, porque só Ele é a Esperança. Para acabar o dia aproveitámos o silêncio do fim de tarde e noite no Santuário de Fátima e nessa escuta me encontrei mais profundamente a mim, com os meus irmãos, Deus e Maria. E foi fantástico estar no santuário com todo aquele intimismo que só é possivel quando não há confusões, ruidos, ou as tais “interferências”.
No domingo, sentimos o que não é fácil de sentir... AMOR! E percebi o que a mim Deus me propõe (Como partilhava na tarde de sábado)... me propõe o baixar das armas, das defesas. Que me desafia à vulnerabilidade! A deixar-me tocar pelos outros. E sinceramente para mim isso é das coisas que mais me custam. Porque isso significa sujeitar-me a ser magoada. Mas como já ouvia dizer desde miuda... Quem não arrisca não petisca, não é verdade?
E assim, aqui deixo a música que mais me marcou neste retiro e que resume o sentimento que este retiro me deixou...



Margarida Neves

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