“Pai, quando eu
crescer, quero ir ao Brasil”… esta é uma frase que certamente muitas
crianças já proferiram, contudo eu não me recordo de alguma vez ter feito este
tipo de comentários na minha infância. Contudo, hoje entendo estas palavras
simples de uma outra forma e sei afirmar solenemente que, sem dúvida, é
necessário crescer para ir ao Brasil… não é necessário ser grande! Basta
humildade e espírito aberto, já que a alegria de um sorriso trata do resto.
Felizmente, tive a sorte de conhecer
um Grupo fantástico, que inevitavelmente me fez crescer e sentir experiências
únicas. Estas experiências permitiram-me ver e diferenciar a “Fé” da religião (a primeira implica-me, converte-me e faz-me discípulo, a segunda pode ser simplesmente a repetição de coisas aprendidas e memorizadas).
É verdade! Chapadinha pode ser uma cidade simples, com algumas carências
inclusive, todavia a fé é algo que aquele Povo tem… algo tão forte que marcará
para sempre o brilho das lágrimas de todos aqueles que por lá passaram (e
continuarão a passar) …
No
meio da azáfama das bicicletas e do barulho da motoretas fica Chapadinha –um
nome que me acompanhou e que em agosto me conquistou, fazendo-me pensar muito
sobre a vida. Nos dias que correm, fala-se de crise. Confirmo! Infelizmente
esta tende a instalar-se no nosso coração, fazendo com que nos esqueçamos de
todos os valores e princípios que nos regem. Neste mês missionário recordo
particularmente toda a experiência que vivi em Chapadinha: as pessoas que
conheci, amizades que estabeleci, situações inesquecíveis que ficarão para
sempre no meu álbum de recordações.
Celebrando o Mês Missionário, trago à mesa do meu quotidiano, onde repartimos o pão, todos os sorrisos gentilmente partilhados, todas as crianças
que hilariantemente connosco brincaram, as famílias visitadas com quem passámos
algum tempo, os jovens que tanto nos deram, enfim… uma explosão de sensações e
sentimentos que agradeço de todo o coração. Atividades como as visitas das
famílias, as aulas de música, os serões com os mais jovens ou as brincadeiras
com os mais pequenos, o diálogo-testemunho dos padres que alí estão há mais de 30 anos, o contacto com os idosos e doentes, são encontros e realidades que espero sinceramente voltar a repetir um
dia, mas para tal será necessário continuar a crescer (pois só assim poderemos
ser grandes ao jeito d'Ele!).
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