Chapadinha. Um nome tão sonante
quanto os ruídos constantes daquela cidade.
Uma cidade encantadora, com gente
acolhedora que nos ama a partir do momento que se cruza connosco. Onde cada
casa tem sempre uma porta aberta para que possamos entrar, não pela curiosidade
de conhecer o espaço físico, mas pela curiosidade de conhecer o Deus que mora
em cada um deles. Um Deus que eles fazem questão de nos ensinar a amar de uma
forma tão própria e única, que cada pedaço de tempo passados juntos só nos faz
desejar que aquele tempo seja infinito.
Este simples modo de viver e de
sentir tudo quanto os rodeia é no mínimo apaixonante.
Mas apesar de todas estas coisas
que nos aquecem o coração, também nos deparamos com situações que nos arrefecem
a alma.
O mundo da droga e prostituição
cresce a olhos vistos. A falta de cuidados de saúde é uma constante. A ausência
de apoios às famílias que muitas vezes nem um pedaço de pão duro tem para
colocar na mesa. Todas estas coisas que nos revoltam e magoam e que,
infelizmente, não podemos mudar por falta de meios e tempo necessários, chegam
a enfraquecer-nos, a querer baixar os braços e deixar que as lágrimas caiam em
nossa face por toda a nossa impotência face aquelas carências.
Contudo, não é isto que fazemos.
Optamos sempre por não adotar uma postura de desistentes mas de lutadores até
ao final da nossa jornada. E como poderíamos desistir?! Todo aquele povo conta
connosco, com o nosso esforço e contributo para que os ajudemos a construir um
futuro um pouco mais risonho. E além disso, eles estão sempre lá dispostos a
dar-nos a mão e a contribuir num trabalho que sabem ser para eles, e dizem-nos
sobretudo que o Deus de quem tanto falamos e amamos é um Deus de amor, um Deus
justo, um Deus que nunca nos desampara mesmo que lhe viremos as costas.
Esta é a verdade que vamos lá
anunciar, e é esta a verdade que eles fazem questão de nos anunciar. Esta
evangelização recíproca dá-nos um alento para continuarmos com o nosso
trabalho, porque é um sinal de que realmente já realizámos mudanças naquele
povo. Que Deus tem esperança em cada um de nós e que todos temos algum talento
para colocar a render. Foram estes os ensinamentos que levámos durante as
visitas às famílias todas as manhãs, e eram estes mesmos ensinamentos que
durante a tarde ensinávamos às crianças.
Todo este trabalho desenvolvido
durante o mês de Agosto visa ter uma continuação por parte da comunidade,
porque parte do nosso trabalho é encontrar quem lhe dê continuidade durante o
período em que nos encontramos ausentes.
Tudo isto. Todas estas formas de
amar a Deus e ao próximo, todas as dificuldades e carências com que nos
deparamos leva-nos a continuar este projeto.
Todas aquelas mágoas, aquelas
lágrimas, aquelas dores, aquelas brincadeiras, aqueles risos e sorrisos são a
nossa forma de pagamento, porque quanto ao resto, tudo é do Pai.
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